quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

É pra frente que se anda

2009 foi bacana, vai. Ainda que a correria tenho me feito mais ausente do que eu gostaria, foi um bom ano para quem gosta de cultura. Está certo, para quem gosta e tem grana, porque os preços não foram assim amigáveis. Taí um bom pedido para o próximo ano: preços justos para shows, cinema e teatro, mesmo que isso signifique o fim da meia entrada. É bom o presidente se mancar porque as 50 pratas por mês, do projeto Vale-cultura, vai dar para comprar, no máximo, um livro do Paulo Coelho (Mentira! Dá para comprar cinco!rs).

Tenho sorte, confesso, de ser estudante e aspirante a jornalista (o que me deu algumas credenciais este ano). Por isso, vi muita coisa boa por aí. Claro que não contei tudo, mas me vêm na memória alguns shows e filmes, além de livros e filmes que me acompanharam nos últimos 365 dias. Aliás, quem sou eu para falar de Paulo Coelho se sou fã assumida da saga Twilight!? Este ano comprei e ganhei muito mais livros do que li, mas isso é culpa da faculdade. Dos concluídos, destaco Abusado, de Caco Barcellos (que, aliás, merece um texto póstumo).

No quesito audiovisual, acho que vi mais seriados que filmes e há quem diga que não me reconhece mais! Glee me conquistou e eu me assumi loser, enquanto True blood e Vampire Diaries entraram na lista na onda vampiro. One Tree Hill e o falecido Dawson's Creek continuaram no topo. Já Lost perdeu a preferência porque eu já não aguentava mais tanto vai e volta no tempo e desisti de entender o mistério da ilha. Quando acabar, alguém me conta, por obséquio. Dos filmes, destaco os nacionais "doc-musical": aplausos de pé para Herbert de perto, Loki e Fabricando Tom Zé (que é de 2007 e eu só fui ver agora).

No teatro, Clandestinos, de João Falcão, levou para o palco a tentativa das pessoas que vêm para o Rio em busca da fama. O texto é excelente e o elenco não só canta e dança, como toca na banda que acompanha os números musicais.

E nos shows... ah! Oasis mal-humorado me fez voltar no tempo (sabia que eu não podia morrer sem ver Champagne supernova ao vivo), assim como o Backstreet Boys, me fez gritar como uma adolescente desvairada. Radiohead me surpreendeu (aham, eu sou dessas hereges que acha Radiohead chato) e Los Hermanos me deu o melhor aniversário do mundo. Lavei a alma, apesar do som estar uma porcaria. Ver os hermanos se portando como tais, outra vez, foi incrível (e com direito a Cher Antoine!!)! O Little Joy, por sua vez, emocionou mais no final com Último romance na voz de um Circo Voador lotado... mas foi um ótimo show!



E, como é pra frente que se anda, um feliz 2010! Que ele venha com mais e mais coisas boas para nossos olhos e ouvidos.

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Bombando no busão

A proliferação de celulares com MP3 acabou com o resto de educação do povo. Há uma dificuldade de entender que o adesivo que mostra um rádio riscado em vermelho significa a proibição de qualquer (eu disse qualquer) emissão de som. E daí? Como se não bastasse o ônibus cheio, aquele calor de 40 graus e o trânsito da hora do rush, sempre tem alguém para animar a viagem com um som responsa.

Porém, em tempos que sucedem a morte de Michael Jackson não são apenas os DJs de festinhas e os camelôs da cidade que amam o cara desde pequenininhos. Os portadores de celulares-radinho também aderiram ao som de MJ, poupando os ouvidos dos passageiros. Se temos que ouvir alguma coisa por tabela, melhor que seja uma boa música.

Obrigada, ó rei do pop!

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Ritmo para o corpo e música para os olhos

Não faz tanto tempo assim a minha admiração por produtos nacionais, se compararmos o tempo que a música me acompanha. Como já disse, certa vez por aqui, que acho ótimo que eu tenha conseguido ver a graça da MPB. Mas não só dela, como da música em geral que é gerida por aqui.


O Móveis Coloniais de Acaju e o Teatro Mágico são bandas que se encaixam nesse gosto meu. Há pouco tempo, o Circo Voador juntou as duas bandas em um show que eu chamaria de histórico. Eu nunca pensei que a química das duas "mega" bandas funcionaria tão bem. Pense em trio de metais e flauta transversa junto com DJ, violino e percussão, além dos instrumentos básicos de uma banda. Presenciei uma festa, daquelas que as pessoas dançam e não se cansam.

O show celebrou a livre circulação da música, defendida com afinco pela trupe do Teatro. As duas bandas e a espanhola Tarântula, que abriu a noite, levantam a bandeira e disponibilizam seus álbuns online. Esta última carrega o peso de ter sido a pioneira neste tipo de prática. Ainda assim, nem tudo que está na rede é peixe. A banda começou esfriando aquela noite de muito calor no Rio. Com um som um tanto exótico, feito por vocal, um prato de bateria, uma guitarra e um sintetizador, eles se divertiram no palco, enquanto o público ansiava pelo fim do show. E olha que a galera foi educada, respeitando os desconhecidos músicos.

Já a banda de Brasília fez um show empolgado e empolgante, como já é de costume. Relembraram as músicas do (excelente) primeiro disco e tocaram as novas, do último trabalho. No fim do show, a tão esperada roda de Copacabana aconteceu mesmo com o Circo colocando gente pela culatra! Antenelli, já caracterizado, também participou do momento mais legal do show.

O Teatro também veio com as músicas mais recentes, do CD Segundo ato. A trupe fez um show catártico, que emocionou os seguidores da banda. Os fãs entram tanto no clima que usam nariz de palhaço e pintam a cara. Junto com as músicas, malabares e acrobacias ajudaram a dar ritmo à apresentação. E no final, o Teatros Coloniais Mágicos de Acaju se juntou no palco para dar aquela canja, de cara pintada.

Enquanto o Móveis levou a alegria, o Teatro foi com a poesia. Música para os olhos, que se enchiam com cada malabarismo que enfeitou as canções. Ritmo para o corpo, que não conseguia parar com aqueles tantos caras animados. O calor não era nada e o Circo ficou pequeno para tamanha celebração.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Ao rei

"And this is it", concluiu Michael Jackson ao anunciar seu retorno aos palcos, depois de dizer que apenas tocaria o que os fãs gostariam de ouvir. A simplicidade da expressão não cabe quando se trata de MJ e, sendo assim, It é muita coisa. Seja pela história e carreira trilhada pelo rei do pop, ou por sua morte precoce ou pelo (quase) show, que estava lá engatilhado, perfeito como o homem gostava.

Em duas horas de documentário é possível se apaixonar pelo artista Michael Jackson, que dança incrivelmente e transpira musicalidade. Também é possível admirar a pessoa MJ, que se mostra educada, carinhosa e ecologicamente correta. Depois de prolongada por mais duas semanas, a exibição de This it it merecia ter sessões lotadas. Não conheço ninguém que não mereça bater o pézinho durante as músicas, querer cantarolar pelo menos um verso e morrer de vontade de sair de moonwalk do cinema.

sábado, 28 de novembro de 2009

Muda!

A vida de um indíviduo sofre, no seu decorrer, diversos cortes secos, capazes de mudar seu rumo. A peça de Christiane Jatahy, Corte Seco, que estreiou ontem no teatro Sergio Porto, trata exatamente disto. Nela, o público é colocado diante de algumas histórias que podem ser contadas através de diálogo, narração, caracterização ou interiorização. O curso delas é interrompido pela própria diretora, que fica "visível" junto a equipe técnica do espetáculo. (Me lembrou aquela prova de stand-up comedy que diz "muda!". O espírito é mais ou menos esse.) No elenco, Du Moscovis, Branca Messina e mais oito atores incríveis.

Tudo se mistura: personagem e ator, história real e ficção, ensaio e peça propriamente dita. A isso, se juntam imagens captadas por câmeras espalhadas pelo espaço do centro cultural Sérgio Porto, transmitidas ao público por meio de três telas LCD, dispostas no palco. Acompanhar toda esta parafernalha, como espectador, se mostrou um exercício agradável. A rapidez com que tudo acontece combina perfeitamente com o modo de vida contemporâneo e acredito que isso faça com que a peça seja ainda mais interessante, pois permite a diversidade de (picotados) casos contados.

Saí pensativa... será que ainda é possível assistir a uma peça clássica, montada de forma clássica, sem ficar entediado? Tenho a impressão que não. Como Felipe (Abib, ator) diz em um surto durante a peça, é muito Ipod, Itouch, e-mail, Hotmail, Gmail, Google Maps, Google Earth. Estamos acelerados demais e isto não é um problema. A arte segue o ritmo e se adapta tranquilamente.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Encontro

Joss Stone veio mais uma vez ao Brasil e dessa vez eu não resisti. O ingresso era barato e ela já havia me consquistado de outras soul sessions. De quebra, a abertura era da tal Maria Gadú, que dizem ser a salvação da MPB e shimbalaiê. Óbvio que o barato sai caro, às vezes. Para o meu ouvido saiu, porque o HSBC Arena a alguns metros de altura não é bacana. Fica a dica que vale pagar um pouquinho (ou muitinho) para ver o artista sem achar que ele é um playmobil. E escutar o som com a pressão e o volume merecidos.

Voltando a Maria Gadú, tenho que assumir que, com a mídia fazendo todo esse estardalhaço, eu resisti aos encantos da menina, ainda que já tivesse ouvido as músicas no MySpace, em um dia desses quase-qualquer. Pois bem, me rendi. E me arrependi de não ter ido ao show sem ter ouvido o disco antes, com todas as músicas na minha cabeça. Queria ter me identificado com elas ao vivo, ao invés de, apenas, achar que eram boas. Ainda implico com o fato da cantora ficar sentada durante todo o show e fazer pose de tímida. Há quem defenda esse "estilo", mas não faz sentido uma artista ser tímida e falar para dentro, ao se dirigir ao público. Também não acredito em salvação, mas em um novo (e bom) nome para a mpb. Fora isso, Gadú tem uma voz que leva para longe.

Joss Stone veio toda saidinha, de vestido curto e cabelos lisos. Gostava mais da fase hippie, mas nada mudou na voz da moça, que me deu um susto na música de abertura Super duper love, quando firulou tanto que o hit virou um carnaval. Para o meu alívio, tudo voltou ao normal já na segunda do setlist e o show fluiu perfeitamente. O trio de backing vocal deu um show à parte e Joss foi graciosa distribuindo sorrisos em seu curto show de uma hora e meia. No repertório faltaram Jet Lag e Don't cha wanna ride, mas Baby,baby,baby e Tell me what we're gonna do now rechearam a lista de hits.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Cinema brasileiro a preço de banana

O Projeta Brasil completou uma década este ano e, para quem não conhece, trata-se de um dia inteiro destinado ao cinema nacional nas salas Cinemark. Cada sessão custa dois reais e a renda é revertida para iniciativas de apoio ao cinema nacional. Convenhamos que é juntar o útil ao agradável porque a causa é nobre e cinema barato assim é uma diliça.

Todo ano os cinéfilos se programam para ver quantos filmes for possível, encaixando horários e emendando sessões. Opa, deixem que eu me corrijam. Os cinéfilos não, mas os quase-cinéfilos, já que os propriamente ditos já assistiram aos filmes no Festival do Rio do ano anterior. Apertando um compromisso aqui, matando uma aulinha ali, eu consegui fazer a minha maratona também. Confesso que já fui melhor nisso, mas ainda assim assisti cinco filmes: o vergonhoso Bela noite para voar, o impressionante À deriva, o fofo-engraçadinho Romance, o surpreendente Tempos de paz e o pastelão Os normais 2.

Os filmes em cartaz conseguiram o equilíbrio entre os muito bons e os assustadoramente ruins, entre os alternativos e aqueles blockbuster made in brazil. Bacana que dá a oportunidade do público ter acesso a filmes "diferentes", mas também dá a bilheteria que alguns filmes toscos não tiveram enquanto estavam sendo exibidos.

sábado, 24 de outubro de 2009

Salve o cinema brasileiro

Todos já sabem que o filme escolhido pelo Ministério da Cultara para concorrer a uma indicação no Oscar 2010 foi Salve Geral, de Sérgio Resende. O que me surpreendeu na programação de cinema do fim de semana é que, em menos de um mês, o filme está sendo exibido em apenas seis salas do Rio.

Assisti Salve Geral antes mesmo da estreia e o filme bateu bem, ainda que a fórmula seja repetitiva ao misturar ficção com fatos reais de violência nos grandes centro urbanos. Neste caso, os ataques do PCC pela cidade de São Paulo em 2006 se entrelação com a história de Lúcia, uma mãe que luta para tirar seu filho Rafael da cadeia.

O filme está longe de ser ruim, tem ótimas atuações, mas não acredito que seja merecedor de uma indicação dessas. Começando pela visível falta de interesse do público, que não deve conseguir segurar o filme em cartaz por muito mais tempo do que ele já está. Depois pelos pecados de "grandes filmes brasileiros", que têm cara de televisão e, na maior parte das vezes, pecam nas cenas de ação e perseguição.

Meu palpite é que ficaremos fora dos cinco indicados, como no ano passado com a tentativa de Parada 174. Alguém mais otimista que eu?

domingo, 11 de outubro de 2009

Filho de peixe

Meu caso com Pedro Mariano é antigo. Aos 13 anos, fiquei encantada ao vê-lo cantar Preciso dizer que te amo em um especial em homenagem ao Cazuza. Eu tinha isso gravado em VHS e quase arrebentei aquela fita de tanto voltar ao mesmo ponto para rever a apresentação dele com aquela voz linda e um coletinho cafonérrimo!

Dez (!!!) anos se passaram, eu passei por fases rebeldes, achando que só grunge o prestava. Que bom que passou! Obedeci aos meus impulsos numa dessas quintas e resolvi entrar no Canecão. Fazia tempo que eu prometia para mim mesma que iria em um show do Pedro Mariano e nunca conseguia, pelos mais variados motivos.

Fui lá e a minha vontade foi morta com gosto de música swingada, meio funk, meio soul. Simpátissimo, o cantor abriu com Quase amor e logo entrou em discurso explicando o por quê demorou cinco anos para lançar seu trabalho mais recente, Incondicional. Emendou daí com a baladona lindíssima Simplesmente.

A comunicação que Pedro Mariano estabelece com seu público é direta: ele conversou com a plateia o tempo todo, criando um clima de intimidade bastante agradável. Deve ser por isso que as "meninas" gritam "lindo" e "gostoso" sem cansar... Só não acredito que eu fui a única a reparar que ele esqueceu de fazer jus ao apoio da Cavalera. O figurino "trabalho do escritório e estou a cima do peso" não combinaram com o show. A blusa do Super-Homem do bis deveria ter sido o figurino principal.

Lá pelas tantas, foi apresentado o "set bagunça", em que ele toca bateria além de cantar. (Pronto, me ganhou! Se eu já tenho problema com baterista, imagina se o cara canta ao mesmo tempo!?rs) Nesse bloco o destaque foi Colorida e Bela, de Jair Oliveira. Voz no Ouvido e Livre pra voar completaram a leva das músicas que eu sempre imaginava como seriam ao vivo. E foram... perfeitinhas. Fecho este texto, que soa mais como uma babação de ovo, me arriscando a dizer que Pedro Mariano é o melhor dos filhos de Elis.

A encantadora Lily

Poderia ser nome de filme (piegas) mas não é. Lily Allen esteve no Brasil e arrancou suspiro de fãs, aplausos da crítica e mais uma admiradora. A atenção voltada para seu cd mais recente, It´s you, not me, incluiu um visual super 80's e um comportamento mais brando. A escandola Lily ficou para trás, ou pelo menos sossegou um pouquinho.

Mas calma... Lily não virou santa. Em atitude ela continua provocante. Foi óbvia (o que não elimina a fofura do ato) ao entrar no palco enrolada com um tecido brasileirinho. Por baixo, um vestinho super curto e transparente que, no contraluz, revelava a calcinha de vovó. E daí?

Lily é espontânea e soltinha, trocou os saltos altos por um confortável tênis que até melhorou sua performance, com direito a cover de Womanizer, de Britney Spears, e dancinha digna de um bom pancadão. Afinadinha que só, não cansou de elogiar o público e também não economizou "I love you" para o Brasil.

Boatos estão soltos, ela mesma diz que já não tem gosto de ganhar a vida com a indústria fonográfica. Ainda assim, tem shows marcados até o ano que vem. Mantenho a torcida por mais disco de Lily. Loira ou morena, descoladinha ou comportada, engajada contra pirataria ou largando o fuck you. Estava mais que na hora do pop ser bem representado por uma (boa) menina.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Confissões de uma Bienal

A cada edição, a Bienal do Livro me traz os mesmos questionamentos:
  • será que vai valer a pena ir?
  • será que os preços vão ser legais?
  • será que eu vou conseguir andar aquilo tudo?
E as respostas são sempre as mesmas: não três vezes. Não adianta dar uma de rabugenta e repetir a célebre frase "da próxima vez eu não vou". Eu sei que vou e sei que será igualzinho como antes.

O primeiro problema é escolher ir durante a semana, com aquelas excursões escolar que não acabam, ou no final de semana, quando a bienal vira programão de família. Nenhuma das duas situações se encaixa no mundo ideal e se você (eu) quer ver livros em um lugar vazio, vá na Fnac numa terça pela manhã ou faça compras pela internet.

Convencida de que não era mesmo possível não esbarrar com crianças pelos corredores, eu aproveitei os três pavilhões gigantescos do Rio Centro e garimpei os stands. Só fugi das editoras religiosas! De resto, lá estava eu olhando com atenção, procurando plaquinhas de promoção, desconto ou qualquer coisa semelhante. O segundo problema é que quando eu achava uma dessas plaquinhas, percebia que era tudo mentira. Os livros custavam o mesmo (e as vezes mais) que nas livrarias.

Fiz o caminho inverso e entrei pelo pavilhão verde, o que tinha mais "coisas para crianças". Entendi assim porque era tanta criançca, mas tanta criança... Ah, legal criança na Bienal, incentivo à leitura, floresta de livros e stands pensados para elas. Se tinham livros baratinhos eram os infantis, além daquelas edições pobrinhas dos clássicos da literatura brasileira. Lucíola, A moreninha, Dom Casmurro... tudo por um precinho que cabe no seu bolso: R$3,00.

Chegando no pavilhão azul, onde estavam as grandes editoras, fugi de alguns tipo o da Saraiva, que pareciam formigueiros. E quando, finalmente, alcancei o pavilhão laranja, eu já estava sem a menor paciência para ver livros! A fome foi chamando a atenção e percebi que era melhor ter levado aquele lanchinho esperto na mochila. Terceiro problema: R$12,90 por duas fatias de pizza e 300ml de refrigerante no Mister Pizza!? Não, não...

Mas o maior problema é que eu sou tipo criança, que "ganha" presente e logo esquece dos perrengues. Saí de lá com três livros, e sem gastar muito. E eu juro que não se trata de best seller ou ficção chinfrim. Deve ser por isso que, daqui a dois anos, estarei lá outra vez.

domingo, 30 de agosto de 2009

Hein?

Quinta-feira pós-amigdalite, ainda na companhia da amiga amoxicilina, e lá estava eu no Canecão. A minha ida foi por motivos profissionais... Ok, na verdade eu estava era curiosíssima para ver o show da mais nova cantora da MPB. Ana Cañas havia me conquistado há poucas semanas, com o clipe de Esconderijo, à priori, e com o fresquinho Hein?. Fazia tempo que eu não via nada parecido porque as intérpretes atuais são adeptas desse sambinha moderno, ainda que cantem músicas lá da velha guarda. Ela não. A veia rock presente neste novo albúm me fizeram despertar para as letras bacaninhas que a acompanha.

Mas aí veio um show que perdeu os eixos e se resumiu em uma parábola. Ana Cañas entrou no palco desencontrada com a banda e as primeiras músicas soaram estranhas (Na multidão, que abriu a noite deveria ter sido uma das melhores). Conforme o show foi passando, a Ana foi se soltando. A tendência era que melhorasse, e chegou uma hora que até ficou bom: a cantora se encontrou com os músicos e, juntos, atingiram o equilíbrio. Pouco depois, a coisa desandou outra vez e terminou feio.

Tive a impressão que faltou maturidade. A parábola foi causada pela bebida que alterou movimentos e interpretações. Não é questão de puritanismo, mas de limites. O gráfico poderia ter sido diferente se ela tivesse usado os benefícios da cachacinha. O fato de ter se soltado no palco foi ótimo, deu para ver a artista com sentidos aguçados pelo som da sua ótima banda. Falar merda no microfone também vale, mas no fim Ana enrolava a língua e conseguiu se classificar como bêbada chata, viajando mais do que deveria. Foi engraçado até se tornar um exagero. Os vícios da cantora também ficaram aflorados e Cañas abusou da bela voz que tem. As firulas embassaram suas interpretações e ela parecia ter um pedal wah-wah na boca.

Consegui curtir, ainda assim. Algumas músicas, como Devolve moço e Rainy Day #12&35 (cover de Bob Dylan) foram ótimas. A menina e o cachorro, lá no iniciozinho do show, preservou sua doçura, enquanto Esconderijo deu para engolir. Quando eu vou a um show de um artista que eu gosto gero a expectativa de ver, no palco, a reprodução daquele trabalho que toca no meu radinho. A versão live de Ana Cañas soou com o mesmo nome de seu CD e eu prefiro voltar para a gravada, nos meus fones de ouvido. Beeem melhor.

sábado, 22 de agosto de 2009

Revendo os conceitos

Cena clássica: grupinho batendo papo sobre cinema e alguém fala de um musical incrível. Eu sem-pre fui a primeira a dizer que não tinha o menor saco para o gênero. O preconceito deve ser decorrente de trauma pós-Moulin Rouge, que é o filme mais chato que eu já assisti. Depois dele, nenhum musical mereceu minha atenção. Nem o Chicago com Oscar nas costas!

Da mesma forma, eu repetia minha teoria com peças teatrais. Muito simples: se eu ficava constragida com uma cena em que personagens cantarolavam o que deveriam falar no cinema, imagina no teatro, com os atores ali tão pertinho. E vamos combinar que musical é uma coisa louca porque o cara tem que interpretar, dançar e cantar, além de seguir todas as marcações. A probabilidade de ser muito ruim é muito grande.

Porém, as coisas mudaram um pouco depois que eu assisti Hairspray. E mudaram muito depois de ver O despetar da primavera. Vamos seguir a ordem cronológica dos acontecimentos.

Fui ver Hairspray sabendo sobre a equipe técnica da iluminação (ossos do ofício) e que tinham uns globais no elenco, inclusive um vestido de mulher. Fui pega de surpresa com as músicas super dançantes-anos-60. Divertido, vai! Umas piadinhas legais, outras horrorosas (acontece!). Mas as músicas constrangedoras estavam lá, me fazendo afundar na cadeira, e as letras soaram estranhas por muitas vezes. Mas saí achando nice e "nice is good".

O problema maior foi depois, já que, por causa da matéria sobre o musical, virei expert no assunto. Vi zilhões de vídeos de outras versões no youtube, li muito e vi até o filme. As letras adaptadas se mostraram pior do que tinham parecido e as críticas revoltadas que eu vi por aí, de gente que entende de teatro muito mais que eu, fizeram sentido. Mas epa! Nada de falar mal do Falabella... tirando a adaptação, a peça tem momentos-vergonha-alheia que não são culpa dele.

Pouco tempo depois estava pautada para outra matéria sobre musical. Oh, vida cruel. Ou não... Meu medo maior foi saber que tratava-se de uma peça dramática, que fala de repressão e libertação. Era muito mais provável de sentir aquele conhecido constrangimento. Mas O despertar da primavera me libertou do preconceito, de alguma forma. As músicas eram entonadas como extensão dos personagens e não causaram estranhamento em sua adaptação. A versão rock de Ducan Sheik pode ir além das cenas e também me fez afundar na cadeira. Só que desta vez afundei de encantamento, com olhos vidrados que chegaram a encher de lágrimas em uma das cenas. Sensacional!

Muita calma. Ainda não sou fã de musicais, mas já não posso mais entonar a frase de sempre. Tenho que considerar, pelo menos, os grandes espetáculos. Eles me venceram.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

"A felicidade só é real quando compartilhada"

Minhas férias prolongadas por conta da gripe suína foram traduzidas em filmes e livros (da série Crepúsculo, como dito anteriormente). Como tenho feito todos os dias, ontem olhei a programação do Telecine e lá no Cult um nome teve aquele brilho de "pode ser interessante". Na Natureza Selvagem me chamou atenção por ter sido dirigido por Sean Penn e por ser "aquele filme para o qual o Eddie Vedder fez a trilha sonora". Porém, a sinopse me pareceu simplista e a duração de 145 minutos me fez pensar na minha capacidade de assistí-lo: tenho dificuldade para filmes longos.

Antes da filme, veio a vinhetinha do Marcelo Janot, que escreve o Cult Blog e para quem eu dou alguma credibilidade. No vídeo ele dizia que o filme havia provocado reações opostas em seus espectadores. Enquanto alguns mergulharam na viajem de Alexander Supertramp, outros passaram indiferentes pelas imagens. Curiosa, eu já queria saber de que lado eu ficaria e estava pré-disposta a curtir aquilo.

Não precisei me esforçar. Into the wild tem um roteiro contagiante, capaz de envolver e conduzir o espectador pela a estória do jovem que termina a faculdade e resolve viajar pelo país, em direção ao Alasca selvagem. Sean Penn faz um trabalho excelente como diretor e acerta em cheio em suas escolhas, a trilha colabora e muito para a imersão naquele universo e a fotografia é de encher os olhos.

Aliado a isso, vem a parte que mais me encanta. O filme mexe com a visão de mundo que temos estabelecida, mexe com os relacionamentos humanos e com a delicada relação homem-natureza, criada por um cara que viveu, em caixa alta, cada momento.

Ai que vontade de pegar uma mochila... Eu fiquei no primeiro grupo descrito pelo Janot e terminei o filme com uma sensação de reflexão. Into the wild já ganhou seu lugar no hall dos meus favoritos e um dos motivos é fazer com que suas frases e suas imagens continuem ecoando até agora na minha memória.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Doce vampiro


O meu high school já passou faz algum tempo, mas eu não resisti. Ganhei Crepúsculo, de Stephenie Meyer, no meu aniversário e tive a certeza de que estava ganhando um novo vício. Eu ignorei todo o boom de Twilight na mídia, mas confesso que séries infanto-juvenis costumam me agradar, ainda que eu já tenha passado dos 12 anos. Li, ou melhor, comi as 355 páginas em pouquíssimo tempo. A estória da menina que se apaixona por um vampiro é muito bem escrita, daquele jeito que não dá vontade de parar de ler. Não foi a toa que o livro virou best-seller e, lógico, foi adaptado pro cinema.

É aí que os problemas começam. Tenho uma certa resistência com livros que viram filmes. Tirando Harry Potter e O Senhor dos Anéis, não consigo lembrar de nenhuma adaptação que tenha passado do nível razoável. Mas comecei a assistir despida de preconceitos e disposta a ser conquistada, pela segunda vez, por aquela estória adolescente.

Normal o roteiro fugir um pouco de detalhes do livro. Tudo bem algumas coisas ganharem uma nova ordem pra deixar o filme um pouco mais dinâmico. Também sempre acontece de franzir a testa a cada vez que o que aparece na tela não tem nada a ver com aquilo que se imaginou. Mas o que eu vi no filme foi uma cagada! Impossível eu enumerar as vezes que eu, além de franzir a testa, torci o nariz, mas conseguiram mudar até a essência dos personagens. Bella mal consegue falar uma frase sem gaguejar; detalhes e cenas essenciais para a estória foram descartadas sem pena, sendo que algumas delas sofreram modificações tão bruscas que descaracterizaram o original.

O pior de ter perdido meu tempo vendo essa adaptação é que dificilmente eu vou conseguir reconquistar as imagens que eu criei na minha cabeça. Roteiristas e diretores que passam estórias de páginas para telas deveriam entender que aquilo que está no livro se torna uma verdade absoluta, simplesmente por ter vindo primeiro. E o cinema tem o poder de substituir o que você construiu durante a leitura, o que é uma covardia já que o livro ocupa dias da sua vida. Em duas horas, puf! Os personagens têm caras de Hollywood, os ambientes já não são mais os mesmos, e eu duvido que seja possível ler uma continuação sem pensar nisso.

Pois é, eu sou insistente... Enquanto estava escrevendo este post, chegou uma encomenda da Fnac. Guess what!? Lua Nova.


segunda-feira, 6 de julho de 2009

Em festa de rodeio ou Experiência Musical III


Já faz duas semanas, mas isso significa que o tempo voa e não que eu sou relapsa. A culpa é dele. Me despenquei pra Campinas, numa sexta bem cedo, com o objetivo de conhecer a Festa do Peão de Americana, a segunda maior do país. Eu sou carioca e assustei as pessoas de lá com a seguinte informação: eu nunca tinha chegado perto de um evento desse tipo. “Mas no Rio não tem rodeio!?” Parece uma pergunta óbvia mas eu acabei decepcionando muita gente. Deve existir lá pelo interior, mas eu duvido que seja nas proporções que eu vi.

E será que dá pra conceber a idéia de jovens cariocas curtindo aqueles bois pulando desesperadamente à espera de um show de sertanejo? Du-vi-do. Mas eu juro que a experiência foi válida. Pense em um lugar enorme, muito frio (pra carioca, multiplique por três) e um público jovem, cheio das cervejas na fuça que cantava todas as músicas do tal sertanejo universitário. Pronto, você chegou perto do clima de rodeio.

Victor e Leo está super em alta, mas eu não consegui curtir nem um pouco. Difícil achar que eles tocaram mais de uma música durante todo o show, já que elas pareciam ser iguais. Difícil achar que aquela letras melosas diziam coisas, além de dor de corno. Mas o que eu sei é que tinham 40 mil pessoas naquele lugar e que os caras estão ricos! Well, questão de gosto. Apesar de não ter agradado ao meu, não tem como negar que agrada a muita gente.

Sem mais análises, eu espero contar, no próximo post, sobre algo que eu conheça bem. Radial toca na semana que vem, no Elam, com outras bandas... voltarei ao meu habitat e viva o underground.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Rio das Ostras Jazz & Blues Festival ou Experiência Musical II

Depois de música clássica, meus ouvidos tiveram outra experiência durante o fim de semana. O Rio das Ostras Jazz & Blues Festival é um evento anual que oferece, na pacatinha cidade da região dos lagos, shows gratuitos de caras renomados. Eu que não conheço nada de jazz e pouco de blues, acreditei que eles eram, realmente, grandes nomes do gênero. A qualidade é indiscutível. Todos os músicos que eu considero “maiores do mundo” ficaram em segundo plano com aquela galera que eu vi nos palcos da Costazul, da Lagoa de Iriry e da Praia da Tartaruga.

Claro que o gênero faz a diferença. O povo que toca rock costuma tocar sempre junto, com os instrumentos em harmonia. No blues acontece assim também. Já no jazz, ou isso nem sempre acontece ou o conceito de harmonia é para pessoas evoluídas. E vou contar que o que mais tinha em Rio das Ostras eram pessoas evoluídas. Nunca vi um show de graça ter um público tão educado, que encarou dias de chuva com animação e compareceu em peso em todos os dias do festival. Jason Miles, o prêmio simpatia do evento, ficou impressionado com a presença na Praia da Tartaruga e disse que parecia estar chovendo gente.

Outro deslumbrado foi Coco Montoya, que fez duas apresentações ótimas com seu blues-rock e o Rudder, composto por novaiorquinos transgressores, de som alto e distorcido (e sem guitarra), mas que conseguiram agradar bastante. Na linha “ensaiamos cada um na própria casa” (crédito para Fernando de Oliveira) The Bad Plus aconvidou Wendy Lewis e fizeram versões esquisitonas de Nirvana, Pink Floyd e U2.

Do lado tupiniquim, Jefferson Gonçalves Blues Band surpreendeu com o poder da gaita, misturando blues com baião e outros ritmos brasileiríssimos. E a Big Time Orquestra fez o show mais animado do festival, com hits dançantes com direito a passinhos do naipe de metais.

Adendo: O fenômeno infanto-juvenil do baixo Pipoquinha foi a revelação mais chata do Festival. Com participação em dois shows, eu já não agüentava mais ver o menino exibidinho fazer suas peripécias no instrumento. Tudo bem que ele é criança e toca mais que muito adulto, mas minha paciência tem limite, coisa que a velocidade da mão dele não tem.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Premonição


Aqui não é lugar de notícia, mas parece até que eu adivinhei. Mc Fly e Jonas Brothers têm tanto a ver que até rolou camaradagem e os irmãos receberam a banda no palco de Wembley. E com direito à rasgação de seda!


E a pergunta que não quer calar: quando Joe Jonas, subordinado da Disney, dança a música da Beyoncé para divulgar o novo álbum do Brothers, à que se refere "If you liked it then you should have put a ring on it"? Há!

domingo, 14 de junho de 2009

Viradão do clássico ao contemporâneo (ou experiência musical)


Na semana passada, o Rio fez a sua primeira virada cultural. Ainda que o evento tenha sido batizado de viradão, fazendo referência ao jeito leske carioca de ser, deu para fugir dos shows mais populares. Era de se desconfiar que eu fugiria das lonas culturais ou dos shows na praia, mas até o Marcelo Camelo, quem diria, foi dispensado.

Durante o almoço de sábado me dei conta que tinha lido, no dia anterior, sobre uma apresentação da Orquestra Sinfônica Brasileira na Candelária. Resolvi fingir que não tinha nada para fazer, ignorei todos os textos atrasados da faculdade e fui. Afinal de contas era música clássica em um dos lugares que eu mais gosto na cidade. Falou a erudita!

Por mais que eu não entenda nada de música clássica, percebi que aquilo também era música para os meus ouvidos. Impossível não ficar arrepiado! Entre um arrepio e outro eu tentava identificar o que cada movimento do maestro significava para a orquestra, aprendi a acompanhar o programa do concerto, que ganhei na entrada, e admirei pela milésima vez cada detalhe daquele altar. Isso tudo durou uma hora, quando eu resolvi dar um pulo no CCBB para ver a exposição do Yves Saint Laurent.

Fica a dica: se você pensa em ir, não o faça durante um sábado. Quando vi a fila de uma das salas, entrei na outra e me dei por satisfeita. Vai ver é porque eu também não entendo nada de moda... Achei uma exposição super simples. Perdoem a ignorância, mas não consegui ver a genialidade do francês. E graças a essa minha ignorância, dei atenção ao francês certo, arrematando o dia na renovada Casa França Brasil.

O (aí sim) gênio da intervenção urbana JR fez um trabalho lindo com as mulheres no Morro da Providência e o resultado está(va- terminou ontem) exposto em 28 milímetros. A obra do fotógrafo conseguiu ser surpreendente em vários sentidos. O contemporâneo não costuma me encher os olhos, mas há tempos não visita uma exposição tão visceral. Também não costumo ter paciência para vídeos, mas fiquei hipnotizada com o documentário projetado dentro da réplica de um barraco da Providência.

Depois desse banho cultural, voltei para casa de alma lavada.

domingo, 7 de junho de 2009

Ressaca pop



Enfim um sábado calmo. Nas duas últimas semanas eu tive a oportunidade de estar nos shows das bandas mais badaladas entre crianças e adolescentes. Jonas Brothers tocou na Apoteose dia 23, enquanto o McFly fez seu show no Vivo Rio, dia 30. Por mais que os shows tenham suas qualidades eu preciso assumir que estou muito velha para isso. Eram gritos tão histéricos, meninas chorando tão desesperadamente que, nos dois casos, eu já estava entediada com meia hora de show. Mas vamos ser justos e fazer uma análise caso a caso.

Nunca pensei que um show do Jonas Brothers (JB daqui em diante) fosse ser uma coisa tão louca. Quem passou pela fase boybands entenderia o que eu estou falando. A minha primeira reação foi pensar que eu deveria ter ido ao show dos Backstreet Boys no Maracanã e ter vivido lá o meu momento fã dos meninos bonitinhos. Porém, deixei para ver uma coisa dessas aos 23 anos. Os meninos bonitinhos (bondade da minha parte) agora são três, todos irmãos: além de cantar, eles tocam instrumentos, fazem acrobacia ao invés de passinhos de dança e são da Disney Channel.

Que fique claro: eu adoro pop, mas tem um limite e ele acaba antes do JB.Tirando o fato de eu já ter passado do ponto para ouvir músicas nesse nível chiclete demais, não tem como desmerecer os meninos. Tocam bem, têm uma senhora banda (com direito a sopros e dois violinos) e são super afinados. Além disso, cumprem com as obrigações de uma banda-Disney, obedecendo às marcações de palco, usando anel de pureza (há!) e fazendo caras que correspondiam ao clima das músicas.

*Aqui vale um adendo dos brabos: Demy Lovatto, a menina Camp Rock que abriu o show, cho-rou cantando "Don't forget", assim como ela faz no clipe. Depois dessa eu duvidei da emoção dela ao ver o público carioca cantando tudo.*

O momento do show foi a última música, Burning Up. Não sei se porque era a última música ou se porque era a única que eu conhecia. Admito que dessa eu gosto bastante!

Já o McFly, envolvia um público um pouquiiinho mais velho. Pouca coisa. A histeria, os cartazes, a choradeira e afins eram iguais. Mas, aqui, a coisa era mais para banda de rock, com guitarras, baixo, bateria e dois vocalistas que seguram a onda muito bem. Também afinados e mais popers do que rockers, bastavam dizer "ai" para que todas fossem a loucura.

Do setlist eu conhecia muito pouco. Tenho dois discos do McFly, mas eles deixaram as coisas antigas de lado e prefiriram as baladas, que fizeram o favor de me entediar em um show de (só) uma hora e quinze. Quando animava, o show ficava bom porque os meninos são ótimos no que fazem. Mas a vontade de dançar ao som das músicas com um quê de anos 60 ,de influência e sangue inglês, passava rápido. A música seguinte era, outra vez, uma daquelas meladas.

O que eu gostei mesmo foi ver que eles não se intimidaram com todo aquele assédio e não pouparam os ouvidos de boas zoadas. Fizeram "shhhh" pedindo silêncio em uma hora de muita gritaria, um deles falou para a menina do topless (sim, meninas de 15 anos mostram os peitos!) que ela tinha "the most beautiful boobies that I've ever seen". O palco era todo do McFly e eles mostraram bem a que vieram.