sábado, 24 de outubro de 2009

Salve o cinema brasileiro

Todos já sabem que o filme escolhido pelo Ministério da Cultara para concorrer a uma indicação no Oscar 2010 foi Salve Geral, de Sérgio Resende. O que me surpreendeu na programação de cinema do fim de semana é que, em menos de um mês, o filme está sendo exibido em apenas seis salas do Rio.

Assisti Salve Geral antes mesmo da estreia e o filme bateu bem, ainda que a fórmula seja repetitiva ao misturar ficção com fatos reais de violência nos grandes centro urbanos. Neste caso, os ataques do PCC pela cidade de São Paulo em 2006 se entrelação com a história de Lúcia, uma mãe que luta para tirar seu filho Rafael da cadeia.

O filme está longe de ser ruim, tem ótimas atuações, mas não acredito que seja merecedor de uma indicação dessas. Começando pela visível falta de interesse do público, que não deve conseguir segurar o filme em cartaz por muito mais tempo do que ele já está. Depois pelos pecados de "grandes filmes brasileiros", que têm cara de televisão e, na maior parte das vezes, pecam nas cenas de ação e perseguição.

Meu palpite é que ficaremos fora dos cinco indicados, como no ano passado com a tentativa de Parada 174. Alguém mais otimista que eu?

domingo, 11 de outubro de 2009

Filho de peixe

Meu caso com Pedro Mariano é antigo. Aos 13 anos, fiquei encantada ao vê-lo cantar Preciso dizer que te amo em um especial em homenagem ao Cazuza. Eu tinha isso gravado em VHS e quase arrebentei aquela fita de tanto voltar ao mesmo ponto para rever a apresentação dele com aquela voz linda e um coletinho cafonérrimo!

Dez (!!!) anos se passaram, eu passei por fases rebeldes, achando que só grunge o prestava. Que bom que passou! Obedeci aos meus impulsos numa dessas quintas e resolvi entrar no Canecão. Fazia tempo que eu prometia para mim mesma que iria em um show do Pedro Mariano e nunca conseguia, pelos mais variados motivos.

Fui lá e a minha vontade foi morta com gosto de música swingada, meio funk, meio soul. Simpátissimo, o cantor abriu com Quase amor e logo entrou em discurso explicando o por quê demorou cinco anos para lançar seu trabalho mais recente, Incondicional. Emendou daí com a baladona lindíssima Simplesmente.

A comunicação que Pedro Mariano estabelece com seu público é direta: ele conversou com a plateia o tempo todo, criando um clima de intimidade bastante agradável. Deve ser por isso que as "meninas" gritam "lindo" e "gostoso" sem cansar... Só não acredito que eu fui a única a reparar que ele esqueceu de fazer jus ao apoio da Cavalera. O figurino "trabalho do escritório e estou a cima do peso" não combinaram com o show. A blusa do Super-Homem do bis deveria ter sido o figurino principal.

Lá pelas tantas, foi apresentado o "set bagunça", em que ele toca bateria além de cantar. (Pronto, me ganhou! Se eu já tenho problema com baterista, imagina se o cara canta ao mesmo tempo!?rs) Nesse bloco o destaque foi Colorida e Bela, de Jair Oliveira. Voz no Ouvido e Livre pra voar completaram a leva das músicas que eu sempre imaginava como seriam ao vivo. E foram... perfeitinhas. Fecho este texto, que soa mais como uma babação de ovo, me arriscando a dizer que Pedro Mariano é o melhor dos filhos de Elis.

A encantadora Lily

Poderia ser nome de filme (piegas) mas não é. Lily Allen esteve no Brasil e arrancou suspiro de fãs, aplausos da crítica e mais uma admiradora. A atenção voltada para seu cd mais recente, It´s you, not me, incluiu um visual super 80's e um comportamento mais brando. A escandola Lily ficou para trás, ou pelo menos sossegou um pouquinho.

Mas calma... Lily não virou santa. Em atitude ela continua provocante. Foi óbvia (o que não elimina a fofura do ato) ao entrar no palco enrolada com um tecido brasileirinho. Por baixo, um vestinho super curto e transparente que, no contraluz, revelava a calcinha de vovó. E daí?

Lily é espontânea e soltinha, trocou os saltos altos por um confortável tênis que até melhorou sua performance, com direito a cover de Womanizer, de Britney Spears, e dancinha digna de um bom pancadão. Afinadinha que só, não cansou de elogiar o público e também não economizou "I love you" para o Brasil.

Boatos estão soltos, ela mesma diz que já não tem gosto de ganhar a vida com a indústria fonográfica. Ainda assim, tem shows marcados até o ano que vem. Mantenho a torcida por mais disco de Lily. Loira ou morena, descoladinha ou comportada, engajada contra pirataria ou largando o fuck you. Estava mais que na hora do pop ser bem representado por uma (boa) menina.