quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

É pra frente que se anda

2009 foi bacana, vai. Ainda que a correria tenho me feito mais ausente do que eu gostaria, foi um bom ano para quem gosta de cultura. Está certo, para quem gosta e tem grana, porque os preços não foram assim amigáveis. Taí um bom pedido para o próximo ano: preços justos para shows, cinema e teatro, mesmo que isso signifique o fim da meia entrada. É bom o presidente se mancar porque as 50 pratas por mês, do projeto Vale-cultura, vai dar para comprar, no máximo, um livro do Paulo Coelho (Mentira! Dá para comprar cinco!rs).

Tenho sorte, confesso, de ser estudante e aspirante a jornalista (o que me deu algumas credenciais este ano). Por isso, vi muita coisa boa por aí. Claro que não contei tudo, mas me vêm na memória alguns shows e filmes, além de livros e filmes que me acompanharam nos últimos 365 dias. Aliás, quem sou eu para falar de Paulo Coelho se sou fã assumida da saga Twilight!? Este ano comprei e ganhei muito mais livros do que li, mas isso é culpa da faculdade. Dos concluídos, destaco Abusado, de Caco Barcellos (que, aliás, merece um texto póstumo).

No quesito audiovisual, acho que vi mais seriados que filmes e há quem diga que não me reconhece mais! Glee me conquistou e eu me assumi loser, enquanto True blood e Vampire Diaries entraram na lista na onda vampiro. One Tree Hill e o falecido Dawson's Creek continuaram no topo. Já Lost perdeu a preferência porque eu já não aguentava mais tanto vai e volta no tempo e desisti de entender o mistério da ilha. Quando acabar, alguém me conta, por obséquio. Dos filmes, destaco os nacionais "doc-musical": aplausos de pé para Herbert de perto, Loki e Fabricando Tom Zé (que é de 2007 e eu só fui ver agora).

No teatro, Clandestinos, de João Falcão, levou para o palco a tentativa das pessoas que vêm para o Rio em busca da fama. O texto é excelente e o elenco não só canta e dança, como toca na banda que acompanha os números musicais.

E nos shows... ah! Oasis mal-humorado me fez voltar no tempo (sabia que eu não podia morrer sem ver Champagne supernova ao vivo), assim como o Backstreet Boys, me fez gritar como uma adolescente desvairada. Radiohead me surpreendeu (aham, eu sou dessas hereges que acha Radiohead chato) e Los Hermanos me deu o melhor aniversário do mundo. Lavei a alma, apesar do som estar uma porcaria. Ver os hermanos se portando como tais, outra vez, foi incrível (e com direito a Cher Antoine!!)! O Little Joy, por sua vez, emocionou mais no final com Último romance na voz de um Circo Voador lotado... mas foi um ótimo show!



E, como é pra frente que se anda, um feliz 2010! Que ele venha com mais e mais coisas boas para nossos olhos e ouvidos.

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Bombando no busão

A proliferação de celulares com MP3 acabou com o resto de educação do povo. Há uma dificuldade de entender que o adesivo que mostra um rádio riscado em vermelho significa a proibição de qualquer (eu disse qualquer) emissão de som. E daí? Como se não bastasse o ônibus cheio, aquele calor de 40 graus e o trânsito da hora do rush, sempre tem alguém para animar a viagem com um som responsa.

Porém, em tempos que sucedem a morte de Michael Jackson não são apenas os DJs de festinhas e os camelôs da cidade que amam o cara desde pequenininhos. Os portadores de celulares-radinho também aderiram ao som de MJ, poupando os ouvidos dos passageiros. Se temos que ouvir alguma coisa por tabela, melhor que seja uma boa música.

Obrigada, ó rei do pop!

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Ritmo para o corpo e música para os olhos

Não faz tanto tempo assim a minha admiração por produtos nacionais, se compararmos o tempo que a música me acompanha. Como já disse, certa vez por aqui, que acho ótimo que eu tenha conseguido ver a graça da MPB. Mas não só dela, como da música em geral que é gerida por aqui.


O Móveis Coloniais de Acaju e o Teatro Mágico são bandas que se encaixam nesse gosto meu. Há pouco tempo, o Circo Voador juntou as duas bandas em um show que eu chamaria de histórico. Eu nunca pensei que a química das duas "mega" bandas funcionaria tão bem. Pense em trio de metais e flauta transversa junto com DJ, violino e percussão, além dos instrumentos básicos de uma banda. Presenciei uma festa, daquelas que as pessoas dançam e não se cansam.

O show celebrou a livre circulação da música, defendida com afinco pela trupe do Teatro. As duas bandas e a espanhola Tarântula, que abriu a noite, levantam a bandeira e disponibilizam seus álbuns online. Esta última carrega o peso de ter sido a pioneira neste tipo de prática. Ainda assim, nem tudo que está na rede é peixe. A banda começou esfriando aquela noite de muito calor no Rio. Com um som um tanto exótico, feito por vocal, um prato de bateria, uma guitarra e um sintetizador, eles se divertiram no palco, enquanto o público ansiava pelo fim do show. E olha que a galera foi educada, respeitando os desconhecidos músicos.

Já a banda de Brasília fez um show empolgado e empolgante, como já é de costume. Relembraram as músicas do (excelente) primeiro disco e tocaram as novas, do último trabalho. No fim do show, a tão esperada roda de Copacabana aconteceu mesmo com o Circo colocando gente pela culatra! Antenelli, já caracterizado, também participou do momento mais legal do show.

O Teatro também veio com as músicas mais recentes, do CD Segundo ato. A trupe fez um show catártico, que emocionou os seguidores da banda. Os fãs entram tanto no clima que usam nariz de palhaço e pintam a cara. Junto com as músicas, malabares e acrobacias ajudaram a dar ritmo à apresentação. E no final, o Teatros Coloniais Mágicos de Acaju se juntou no palco para dar aquela canja, de cara pintada.

Enquanto o Móveis levou a alegria, o Teatro foi com a poesia. Música para os olhos, que se enchiam com cada malabarismo que enfeitou as canções. Ritmo para o corpo, que não conseguia parar com aqueles tantos caras animados. O calor não era nada e o Circo ficou pequeno para tamanha celebração.