terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

El cine

Eis que em uma noite de três graus, os novos amiguinhos resolvem fazer um programa light. Segunda-feira, afinal, combina com cinema. Tudo estaria bom, se a polonesa não tivesse sugerido Nine para o resto do grupo que chegou na sessão em cima da hora.

Foi assim que eu fui parar em um cinema espanhol para assistir um musical dublado. Não poderia ser mais trágico. Já falei aqui sobre o meu problema com musicais, mas ainda tinha alguma esperança com Nine. Talvez porque seja do Rob Marshall, diretor do premiado Chicago, ainda que eu não tenha visto, ou porque tem um elenco razoável, ainda que eu ache a Nicole Kidman insossa e não consiga conceber a Fergie como atriz. Ok, não havia jeito de eu gostar do filme!

A história é de um grande diretor de cinema, pressionado para rodar sua próximo filme e perturbado por muitas mulheres: sua esposa, sua amante, sua mãe, sua musa, uma jornalista perseguidora, uma prostituta do passado e a figurinista de seu filme. Já contei e recontei: são sete mulheres. Nem se incluir o cara dá "nine" e o problema já começa no título, que não fica claro. Tudo isso rodeado de músicas chatas, das quais só se salva o número da jornalista de Kate Hudson. Pelo menos é divertida.

Com algumas tiradas engraçadinhas, o filme abusa de um roteiro de crises existenciais de seu protagonista. Fergie e Penélope Cruz são femme fatales e dão conta do recado como prostituta e amante. Nicole Kidman está longe de ser musa. Já a esposa, interpretada por Marion Cotillard, é linda e tem uma bela voz, enquanto Sophia Loren (a mãe) aparece toda trabalhada no botox e na cirurgia plástica. Já a fotografia é indiscutível e as coreografias são muito boas. Já se pode imaginar que o filme levará algumas estatuetas, por essas ou por qualquer outra indicação que eu não considere digna.

Quanto a minha relação com os musicais... bem, acho que devo desistir de insistir neles. A partir de agora, só baixando no torrent.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

De tapas e festa

Leon é uma cidade que vive em função do turismo e da vida universitária. Tanto um quanto o outro tem um público jovem (mais o segundo que o primeiro), que precisa de atividades noturnas para matar o ócio típico de uma cidade pequena. Pois bem, aqui se tem duas opções: salir de tapas ou salir de fiesta. Ambas farão qualquer carioca (e eu arrisco dizer brasileiro) morrer de inveja.


Tapas são os petiscos que os bares oferecem aos que saem de casa no frio de meu deus dispostos a se esquentar com uma bebida. Vale qualquer uma, de cerveja a vinho, de whisky a gogo. E a tapa pode ser da mais saborosa batatinha cozida com creme de queijo, passando pelas famosas tortillas ou até chorizo com pão. Mira, que beleza! Você paga a bebida e tapea a fome de brinde.


A segunda opção se trata da velha conhecida night. Também chamada de balada, o salir de fiesta começa bem tarde e é possível, a uma da manhã, encontrar os bares ainda vazios. Aham, eu disse bares. São bares na nossa concepção porque não se cobra a entrada e só se paga o que é consumido. Mas funcionam como boates, com música alta, DJ, luzes frenéticas e, por vezes, telões. O que você faria se entrasse em uma night e a música não te agradasse? Ficaria lá, tentando se animar, já que pagou uma grana para entrar. Aqui, é muito mais democrático! Não gostou, procura outro porque não custa nada no seu bolso!


E eu garanto que é fácil procurar outro porque os espanhóis têm um gosto esquisito para música para bailar... é uma felicidade quando se encontra um DJ que percebe a quantidade de estrangeiros e coloca músicas internacionalmente conhecidas! A maioria deles exagera nas canções nacionais, que são chatérrimas, e no reggaeton, que é febre por aqui.


Ainda assim, aprovei os bares que experimentei. Siguirei salindo de tapas y fiesta por todo o semestre.