quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Ápice

Não é qualquer dia que se tem a oportunidade de se ver um Beatle ao vivo. E naquele dia 22, no Morumbi, era assim que eu me sentia: privilegiada. Mesmo debaixo de chuva, com engarrafamento e sozinha no meio da multidão. Paul McCartney entrou em cena depois de uma exibição moderninha de fotos e vídeos de sua carreira, embalados por versões de suas músicas. Aquecimento feito e veio o homem, com simpatia de sobra.

A mudança da música de abertura (saiu Venus and Mars e entrou Magical Mystery Tour) deu um gás, mas a sequência já era esperada. De terno roxo, Paul (para os íntimos) seguiu o roteiro em português, mas fez graça logo nas primeiras frases quando perguntou "tudo bem na chuva?" e emendou, cantarolando "tudo bem in the rain, tudo bem in the rain". A partir daí foi só alegria com uma lista extensa de sucessos, tanto dos Beatles como de sua carreira solo. Com um setlist equilibrado, o showman dominou o palco por três horas. Deu pra dançar com All my loving, cantar o coro de Hey Jude, dividir a atenção com os fogos em Live and let die, chorar com Something e Here Today (homenagens aos companheiros Harrison e Lennon, respectivamente).

Acompanhado de uma "banda fantástica", como ele mesmo definiu (o que dava direito a um baterista dançarino em Dance tonight), o sr. Paul mostrou que ainda tem uma energia juvenil com os seus quase 70 anos. E todos esses anos de palco refletia no público, que misturava gerações. Entre senhores que foram adolescentes junto com os Beatles e jovens que nasceram muito depois do fim da banda havia um ponto em comum. A emoção de participar de uma grande celebração, vendo e ouvindo uma das maiores lendas da música e da cultura pop.

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