quinta-feira, 25 de junho de 2009

Rio das Ostras Jazz & Blues Festival ou Experiência Musical II

Depois de música clássica, meus ouvidos tiveram outra experiência durante o fim de semana. O Rio das Ostras Jazz & Blues Festival é um evento anual que oferece, na pacatinha cidade da região dos lagos, shows gratuitos de caras renomados. Eu que não conheço nada de jazz e pouco de blues, acreditei que eles eram, realmente, grandes nomes do gênero. A qualidade é indiscutível. Todos os músicos que eu considero “maiores do mundo” ficaram em segundo plano com aquela galera que eu vi nos palcos da Costazul, da Lagoa de Iriry e da Praia da Tartaruga.

Claro que o gênero faz a diferença. O povo que toca rock costuma tocar sempre junto, com os instrumentos em harmonia. No blues acontece assim também. Já no jazz, ou isso nem sempre acontece ou o conceito de harmonia é para pessoas evoluídas. E vou contar que o que mais tinha em Rio das Ostras eram pessoas evoluídas. Nunca vi um show de graça ter um público tão educado, que encarou dias de chuva com animação e compareceu em peso em todos os dias do festival. Jason Miles, o prêmio simpatia do evento, ficou impressionado com a presença na Praia da Tartaruga e disse que parecia estar chovendo gente.

Outro deslumbrado foi Coco Montoya, que fez duas apresentações ótimas com seu blues-rock e o Rudder, composto por novaiorquinos transgressores, de som alto e distorcido (e sem guitarra), mas que conseguiram agradar bastante. Na linha “ensaiamos cada um na própria casa” (crédito para Fernando de Oliveira) The Bad Plus aconvidou Wendy Lewis e fizeram versões esquisitonas de Nirvana, Pink Floyd e U2.

Do lado tupiniquim, Jefferson Gonçalves Blues Band surpreendeu com o poder da gaita, misturando blues com baião e outros ritmos brasileiríssimos. E a Big Time Orquestra fez o show mais animado do festival, com hits dançantes com direito a passinhos do naipe de metais.

Adendo: O fenômeno infanto-juvenil do baixo Pipoquinha foi a revelação mais chata do Festival. Com participação em dois shows, eu já não agüentava mais ver o menino exibidinho fazer suas peripécias no instrumento. Tudo bem que ele é criança e toca mais que muito adulto, mas minha paciência tem limite, coisa que a velocidade da mão dele não tem.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Premonição


Aqui não é lugar de notícia, mas parece até que eu adivinhei. Mc Fly e Jonas Brothers têm tanto a ver que até rolou camaradagem e os irmãos receberam a banda no palco de Wembley. E com direito à rasgação de seda!


E a pergunta que não quer calar: quando Joe Jonas, subordinado da Disney, dança a música da Beyoncé para divulgar o novo álbum do Brothers, à que se refere "If you liked it then you should have put a ring on it"? Há!

domingo, 14 de junho de 2009

Viradão do clássico ao contemporâneo (ou experiência musical)


Na semana passada, o Rio fez a sua primeira virada cultural. Ainda que o evento tenha sido batizado de viradão, fazendo referência ao jeito leske carioca de ser, deu para fugir dos shows mais populares. Era de se desconfiar que eu fugiria das lonas culturais ou dos shows na praia, mas até o Marcelo Camelo, quem diria, foi dispensado.

Durante o almoço de sábado me dei conta que tinha lido, no dia anterior, sobre uma apresentação da Orquestra Sinfônica Brasileira na Candelária. Resolvi fingir que não tinha nada para fazer, ignorei todos os textos atrasados da faculdade e fui. Afinal de contas era música clássica em um dos lugares que eu mais gosto na cidade. Falou a erudita!

Por mais que eu não entenda nada de música clássica, percebi que aquilo também era música para os meus ouvidos. Impossível não ficar arrepiado! Entre um arrepio e outro eu tentava identificar o que cada movimento do maestro significava para a orquestra, aprendi a acompanhar o programa do concerto, que ganhei na entrada, e admirei pela milésima vez cada detalhe daquele altar. Isso tudo durou uma hora, quando eu resolvi dar um pulo no CCBB para ver a exposição do Yves Saint Laurent.

Fica a dica: se você pensa em ir, não o faça durante um sábado. Quando vi a fila de uma das salas, entrei na outra e me dei por satisfeita. Vai ver é porque eu também não entendo nada de moda... Achei uma exposição super simples. Perdoem a ignorância, mas não consegui ver a genialidade do francês. E graças a essa minha ignorância, dei atenção ao francês certo, arrematando o dia na renovada Casa França Brasil.

O (aí sim) gênio da intervenção urbana JR fez um trabalho lindo com as mulheres no Morro da Providência e o resultado está(va- terminou ontem) exposto em 28 milímetros. A obra do fotógrafo conseguiu ser surpreendente em vários sentidos. O contemporâneo não costuma me encher os olhos, mas há tempos não visita uma exposição tão visceral. Também não costumo ter paciência para vídeos, mas fiquei hipnotizada com o documentário projetado dentro da réplica de um barraco da Providência.

Depois desse banho cultural, voltei para casa de alma lavada.

domingo, 7 de junho de 2009

Ressaca pop



Enfim um sábado calmo. Nas duas últimas semanas eu tive a oportunidade de estar nos shows das bandas mais badaladas entre crianças e adolescentes. Jonas Brothers tocou na Apoteose dia 23, enquanto o McFly fez seu show no Vivo Rio, dia 30. Por mais que os shows tenham suas qualidades eu preciso assumir que estou muito velha para isso. Eram gritos tão histéricos, meninas chorando tão desesperadamente que, nos dois casos, eu já estava entediada com meia hora de show. Mas vamos ser justos e fazer uma análise caso a caso.

Nunca pensei que um show do Jonas Brothers (JB daqui em diante) fosse ser uma coisa tão louca. Quem passou pela fase boybands entenderia o que eu estou falando. A minha primeira reação foi pensar que eu deveria ter ido ao show dos Backstreet Boys no Maracanã e ter vivido lá o meu momento fã dos meninos bonitinhos. Porém, deixei para ver uma coisa dessas aos 23 anos. Os meninos bonitinhos (bondade da minha parte) agora são três, todos irmãos: além de cantar, eles tocam instrumentos, fazem acrobacia ao invés de passinhos de dança e são da Disney Channel.

Que fique claro: eu adoro pop, mas tem um limite e ele acaba antes do JB.Tirando o fato de eu já ter passado do ponto para ouvir músicas nesse nível chiclete demais, não tem como desmerecer os meninos. Tocam bem, têm uma senhora banda (com direito a sopros e dois violinos) e são super afinados. Além disso, cumprem com as obrigações de uma banda-Disney, obedecendo às marcações de palco, usando anel de pureza (há!) e fazendo caras que correspondiam ao clima das músicas.

*Aqui vale um adendo dos brabos: Demy Lovatto, a menina Camp Rock que abriu o show, cho-rou cantando "Don't forget", assim como ela faz no clipe. Depois dessa eu duvidei da emoção dela ao ver o público carioca cantando tudo.*

O momento do show foi a última música, Burning Up. Não sei se porque era a última música ou se porque era a única que eu conhecia. Admito que dessa eu gosto bastante!

Já o McFly, envolvia um público um pouquiiinho mais velho. Pouca coisa. A histeria, os cartazes, a choradeira e afins eram iguais. Mas, aqui, a coisa era mais para banda de rock, com guitarras, baixo, bateria e dois vocalistas que seguram a onda muito bem. Também afinados e mais popers do que rockers, bastavam dizer "ai" para que todas fossem a loucura.

Do setlist eu conhecia muito pouco. Tenho dois discos do McFly, mas eles deixaram as coisas antigas de lado e prefiriram as baladas, que fizeram o favor de me entediar em um show de (só) uma hora e quinze. Quando animava, o show ficava bom porque os meninos são ótimos no que fazem. Mas a vontade de dançar ao som das músicas com um quê de anos 60 ,de influência e sangue inglês, passava rápido. A música seguinte era, outra vez, uma daquelas meladas.

O que eu gostei mesmo foi ver que eles não se intimidaram com todo aquele assédio e não pouparam os ouvidos de boas zoadas. Fizeram "shhhh" pedindo silêncio em uma hora de muita gritaria, um deles falou para a menina do topless (sim, meninas de 15 anos mostram os peitos!) que ela tinha "the most beautiful boobies that I've ever seen". O palco era todo do McFly e eles mostraram bem a que vieram.