sábado, 22 de agosto de 2009

Revendo os conceitos

Cena clássica: grupinho batendo papo sobre cinema e alguém fala de um musical incrível. Eu sem-pre fui a primeira a dizer que não tinha o menor saco para o gênero. O preconceito deve ser decorrente de trauma pós-Moulin Rouge, que é o filme mais chato que eu já assisti. Depois dele, nenhum musical mereceu minha atenção. Nem o Chicago com Oscar nas costas!

Da mesma forma, eu repetia minha teoria com peças teatrais. Muito simples: se eu ficava constragida com uma cena em que personagens cantarolavam o que deveriam falar no cinema, imagina no teatro, com os atores ali tão pertinho. E vamos combinar que musical é uma coisa louca porque o cara tem que interpretar, dançar e cantar, além de seguir todas as marcações. A probabilidade de ser muito ruim é muito grande.

Porém, as coisas mudaram um pouco depois que eu assisti Hairspray. E mudaram muito depois de ver O despetar da primavera. Vamos seguir a ordem cronológica dos acontecimentos.

Fui ver Hairspray sabendo sobre a equipe técnica da iluminação (ossos do ofício) e que tinham uns globais no elenco, inclusive um vestido de mulher. Fui pega de surpresa com as músicas super dançantes-anos-60. Divertido, vai! Umas piadinhas legais, outras horrorosas (acontece!). Mas as músicas constrangedoras estavam lá, me fazendo afundar na cadeira, e as letras soaram estranhas por muitas vezes. Mas saí achando nice e "nice is good".

O problema maior foi depois, já que, por causa da matéria sobre o musical, virei expert no assunto. Vi zilhões de vídeos de outras versões no youtube, li muito e vi até o filme. As letras adaptadas se mostraram pior do que tinham parecido e as críticas revoltadas que eu vi por aí, de gente que entende de teatro muito mais que eu, fizeram sentido. Mas epa! Nada de falar mal do Falabella... tirando a adaptação, a peça tem momentos-vergonha-alheia que não são culpa dele.

Pouco tempo depois estava pautada para outra matéria sobre musical. Oh, vida cruel. Ou não... Meu medo maior foi saber que tratava-se de uma peça dramática, que fala de repressão e libertação. Era muito mais provável de sentir aquele conhecido constrangimento. Mas O despertar da primavera me libertou do preconceito, de alguma forma. As músicas eram entonadas como extensão dos personagens e não causaram estranhamento em sua adaptação. A versão rock de Ducan Sheik pode ir além das cenas e também me fez afundar na cadeira. Só que desta vez afundei de encantamento, com olhos vidrados que chegaram a encher de lágrimas em uma das cenas. Sensacional!

Muita calma. Ainda não sou fã de musicais, mas já não posso mais entonar a frase de sempre. Tenho que considerar, pelo menos, os grandes espetáculos. Eles me venceram.

Um comentário:

  1. Po Louise! tb queria ter visto o despertar da primavera, mas ninguem pra animar..me chama pros prgramas culturais, ok?

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