segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Da série caderninho de anotações: Do jazz ao pop com atitude rock

Berlim, 31 de maio, garoa fina, vento gelado. Jamie Cullum entraria em cena dentro de duas horas e os ingressos estavam esgotados há semanas. Eu sem ingresso, sem guarda-chuva, mas no meio do caminho tinha um cambista. "Ufa, não é só no Brasil!", pensei. Vamos as negociações: por dez euros a mais eu levei o ingresso e entrei na fila. Estava no lucro! A câmera ficou na entrada e eu banquei a esperta para assistir a banda de abertura. Fiquei sentada na parte de cima do Tempodrom, uma casa pequena e com design super bacana.


Entrou a banda de abertura, que, me perdoem, não consegui pegar o nome. Pouco importa! As músicas lentas talvez caíssem bem em um CD, na hora de dormir. E eu depois de um dia de turismo já estava quase lá. Som chato, show chato, porém breve. Mr. Cullum estava à caminho. E ele veio vestindo terno e gravata (numa pose jazz), sorridente e falante (numa pose pop) e tão agitado, capaz de subir no próprio piano e saltar. (Não poderia ser mais rock!)


O show contou com 19 músicas, sendo oito do disco que batizou a turnê The Pursuit. Cullum passeou pelos discos anteriores, Twenty Something e Catching Tales, além de prestar homenagens com alguns covers. Além das já gravadas Don't stop the music e Singing in the rain, ele cantarolou trechos de I got a felling, do Black Eyed Peas, Umbrella, também de Rihanna, e impressionou com a versão de Frontin, de Pharrell Williams.

E quem foi que disse que alemão é um povo seco? O que eu vi foi uma resposta linda do público, que cantou, gritou e riu com as graças que o cantor fazia no palco. Jamie Cullum se mostrou um grande show man, capaz de se apresentar por mais de duas horas sem cansar sua plateia, que pedia por mais e mais. A banda é formada por Cullum no piano (e, por vezes, sintetizadores) mais três músicos, ocupando bateria, contra-baixo acústico e guitarra, que também revezava com o trompete. Versáteis e dançantes, eles eram projetados no telão em tempo real, com diferentes cores.

A fase pop de Jamie Cullum pode ser considerada traição pelos mais radicais, mas agrada a tantos outros. Poucos artistas conseguem mesclar elementos tão bem quanto Cullum o fez em The Pursuit, seja no CD ou na turnê. Como eu não tenho uma boa imagem do show, deixo para ilustrar com um vídeo de um dos muitos bons exemplos desta mescla.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Fala tu